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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A beleza da negra é como qualquer beleza.


A rejeição ao que foge do padrão branco de beleza é um fato, como o cabelo afro que ainda é considerado por muitas pessoas como 'sujo'. E o momento é de um trabalho pesado em direção à aceitação, não apenas da individualidade de cada um, mas de que o brasileiro, por si só, não tem um único referencial do que é belo, como acontecia na Grécia Antiga.

Em agosto de 2017, a miss Brasil Monalysa Maria Alcântara Nascimento passou por vários comentários totalmente racistas. Após o reinado do seu título, muitos não estavam aceitando a representação dela. Principalmente por conta de que era o segundo ano consecutivo ganhado por uma mulher negra e a terceira negra a vencer o concurso. Antes dela, Raíssa Santana, do Paraná, ganhou em 2016, e Deise Nunes, do Rio Grande do Sul, em 1986. As mídias se tornaram bem movimentadas durante o concurso, e muitos estavam "apenas" contra a cor da piauense.
"Acho que isso se deve ao fato de que, infelizmente, vivemos em uma cultura na qual aprendemos a odiar todas as representações do negro: a pele, o cabelo, a boca, o nariz. Acredito que temos avançado em um caminho para romper alguns estigmas em relação a isso, mas precisamos continuar para que possamos avançar cada vez mais", completa Monalysa.

Já o famoso Míròn vai além, explicando que não é só a mulher que precisa fazer uma desconstrução, mas o povo brasileiro como um todo, ainda mais porque, vivendo na eterna síndrome do vira-lata, ele acredita sempre que está em desvantagem em relação aos demais povos. "O brasileiro tem essa crise de autoestima, uma falta de identificação por causa desse sincretismo social. Nós ainda não víamos qual é essa cara do brasileiro. E agora a gente vê que esse é o brasileiro, ele é tudo isso. Cada um começa a aflorar com a sua questão. O fato de nós sermos tudo isso e as pessoas não aceitarem ser tudo isso... Eu quero ser único, a minha pele quer ser única, o meu cabelo quer ser único... Essa questão da exclusividade de ser brasileiro não existe. Não foi passado nenhum manual para nós do que é ser brasileiro."

"O processo de desconstrução e reconstrução é diário, já que o racismo tem muitas formas de dizer o quanto a mulher negra e crespa é inadequada. Conhecer a história dos heróis negros e heroínas negras desde criança foi muito importante para a formação da minha autoestima, assim como uma figura materna preta, forte, linda e que sempre fez questão de reforçar o quanto ser negra me faz maravilhosa", completa a ativista e youtuber Xan Ravelli, do canal Soul Vaidosa.

E Monalysa Alcântara completa, que também acredita nesse caminho como a saída para toda intolerância que é noticiada por aí: "poderíamos incentivar a aceitação da beleza mostrando sempre a nossa essência real, sem nos apegarmos a um padrão ou a um único estilo".

Aqui embaixo, estão alguns comentários preconceituosos contra a Miss, que repercutiram muito no Twitter:






























Lembrando que de acordo com o Código Penal brasileiro, ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência está enquadrado no crime de injúria racial, que estabelece pena de reclusão de um a três anos.

Miss 2017 Monalysa Alcântara, após receber a faixa da Miss 2016 Raissa Santana
 Fontes Referenciais: 
http://www.huffpostbrasil.com/2017/09/25/miss-brasil-2017-e-a-dificuldade-do-brasileiro-em-aceitar-a-beleza-que-o-representa_a_23221815/
http://emais.estadao.com.br/noticias/moda-e-beleza,monalysa-alcantara-a-miss-brasil-e-vitima-de-racismo-na-internet,70001944849http://www.joaoalberto.com/2017/08/21/monalysa-alcantara-do-piaui-e-a-nova-miss-brasil-vou-dar-voz-a-todas-as-mulheres/

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