Críticas à reforma do ensino médio, discutida em um texto anterior do blog.
À favor
Cleverson Lino Batista, professor de filosofia, ética e sociologia do ensino médio no Colégio São Pedro do Vaticano e do ensino fundamental na Rede Coleguium em Belo Horizonte, diz que a MP é positiva ao trazer o ensino técnico ao ensino médio. “É muito importante, principalmente para os mais pobres. É uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho”. Para ele, outro ponto positivo é a possibilidade do estudante escolher a trajetória de ensino.
“A
MP é uma tentativa importante [de melhorar o ensino médio].
Atualmente, ela não dá perspectiva para muita gente que não vai
fazer o vestibular. Não tem essa possibilidade de encarar, dentro do
ensino médio, a especificidade de cada emprego, de cada mercado de
trabalho e profissão. Com o ensino técnico, o estudante pode ter
essa oportunidade de lidar com a profissão”, defende. O
professor de filosofia Djalma Silveira, da Escola Estadual José
Barbosa Rodrigues, em Campo Grande, defende que o ensino médio
necessita de uma reforma. “Sobre
o ensino técnico, é preciso levantar o que o país quer. Temos um
Estado que mais atrapalha do que ajuda quando se quer abrir uma
empresa, investir, criar renda. O estudante sai do ensino médio com
sonho de emprego e no final não tem. Sou a favor do ensino técnico,
mas é preciso discutir que país se quer para que a escola
acompanhe”, defende.
Contra
O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, classifica a MP como uma volta ao passado, mas no sentido de retrocesso para a educação pública brasileira.“[A reforma] faz com que os estudantes sejam divididos entre aqueles que vão ter acesso a um ensino propedêutico e aqueles que vão ter acesso a um ensino técnico de baixa qualidade. Temer teve a coragem ou a pachorra de assumir isso quando enfatiza que na época dele a educação se dividia entre clássico e científico, que eram dois caminhos que geravam uma educação incompleta”, explica.
Ricardo Falzetta Gerente de conteúdo do movimento Todos pela Educação, ao Nexo “Temos um grande déficit de professores que tende a piorar e a formação não está a contento. Ao mesmo tempo, há muitos profissionais capacitados e conhecedores do assunto, mas um professor da área de exatas não vai entrar na sala e dar boa aula só porque sabe o conteúdo. A didática não envolve apenas conhecimento do conteúdo, mas de saber ensinar e entender o processo como a criança aprende.”
Para
o Dimorvan Brescancim, diretor geral do IFMT campus Primavera do
leste, a reforma é boa se for aplicada da forma como está no papel,
entretanto, o investimento que está previsto para a reforma não
será suficiente para o necessário. As escolas que hoje trabalham em
um período já passam por carência de investimentos e elas terão
de trabalhar o dobro, por dois períodos, necessitando de mais
professores, projetos de lazer e cultura e
uma estrutura melhor.
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